Ainda faltam mais de
cinco meses para as eleições, mas os bastidores da política já
estão bastante movimentados. Entre as articulações que predominam
no ambiente político, destaca-se a possibilidade de novos nomes com
base eleitoral em Caruaru serem inseridos na disputa para os cargos
de deputado estadual e federal.
Com a Reforma
Política, foi possível a criação da figura do 'pré-candidato',
isto é, aqueles que têm pretensão de integrar o pleito para algum
cargo eletivo. Atualmente, é possível contabilizar pelo menos 10
'candidatos a candidatos' a uma cadeira na Assembleia Legislativa de
Caruaru que possuem uma maior atuação na Capital do Agreste.
Um nome dado
como certo para disputar o cargo de deputado estadual é o do
vereador Alberes Lopes. Ainda em abril, o líder da oposição na
Câmara de Caruaru saiu do PRP e migrou para o PSC, deixando claro
que pretende participar do pleito.
Um dos
possíveis postulantes é o ex-presidente da Associação dos
Moradores do Bairro Alto do Moura, Aldir José. Com uma vasta
experiência de liderança de bairro, ele já se lançou candidato a
vereador no último pleito, pelo Partido dos Trabalhadores, obtendo
137 votos.
Também participa desta
lista o delegado Erick Lessa. Filiado ao Progressistas, suas
propostas são baseadas no seguinte tripé: eficiência na segurança
pública; combate à corrupção e defesa da família. O Delegado
Lessa foi lançado na política caruaruense em 2016, quando disputou
eleições para prefeito, obtendo 41.102 votos.
Outro possível
postulante a uma vaga na Casa de Joaquim Nabuco é o marido da
prefeita, o empresário Fernando Lucena, cujo nome vem sendo
ventilado no ambiente político para a disputa deste cargo pelo menos
desde o ano passado. Embora alguns digam que há uma certa
resistência do ex-governador João Lyra Neto e da própria Raquel
Lyra, outros afirmam peremptoriamente que o primeiro-cavalheiro está
decidido a participar do duelo.
O empresário Isaac
Albuquerque (PMN) também tem colocado o seu nome à disposição
para o eleitorado. Em 2016, ele foi postulante ao cargo de vereador
na Capital do Agreste, através da coligação Unidos por Caruaru,
conquistando 590 sufrágios.
Ainda especula-se a
probabilidade de o ex-governador João Lyra Neto (PSDB) lançar-se no
pleito. Oficialmente, ele diz que não pretende nenhuma candidatura,
mas não rejeita possibilidade de analisar a viabilidade de
participar do pleito, caso seja convocado.
Já o ex-prefeito José
Queiroz (PDT) deve mesmo disputar uma vaga para deputado estadual,
apesar de ter seu nome cotado para o Senado mediante uma indicação
do presidente nacional da legenda, Carlos Lupi. Queiroz já esteve na
Alepe durante quatro mandatos.
A
deputada Laura Gomes (PSB) deve procurar outro mandato na casa
legislativa. Em 2014, ela teve 34.427 votos e não foi eleita,
mas passou a integrar a Alepe em 2017, uma vez que seis dos então
deputados foram eleitos prefeitos nas suas cidades.
No começo do mês de
abril, o presidente da Câmara de Caruaru, vereador Lula Tôrres,
deixou o PDT – onde estava filiado desde 2016 – para integrar o
PSDB, partido da atual prefeita do município de Caruaru, Raquel
Lyra. Essa manobra política teve como objetivo lançar-se ao pleito
para deputado estadual.
O
deputado Tony Gel (MDB), ex-prefeito de Caruaru, também é outro
provável candidato. Vice-líder do Governo na Alepe, também
é presidente da Comissão de Ética Parlamentar e membro titular da
Comissão de Constituição, Legislação e Justiça. Em 2014, foi
eleito com 42.152 votos.
Federal
Desde
fevereiro, o nome do vereador petista Daniel Finizola é cotado para
a disputa para deputado federal, no intuito de fazer uma 'dobradinha'
com a deputada Tereza Leitão, que busca reeleger-se na Alepe.
Já o filho do deputado
estadual Tony Gel, o empresário Tonynho Rodrigues, visa disputar um
mandato de deputado federal pelo partido Solidariedade.
Outro possível
candidato ao cargo de deputado federal é o jornalista Silvio
Nascimento. Filiado ao Partido Social Liberal, ele é considerado “o
representante” do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) em
Pernambuco. Inclusive, há alguns meses, o pré-candidato a
presidente gravou um vídeo apoiando o nome de Nascimento até mesmo
para a disputa a governador do Estado – atualmente, o coronel Luiz
Meira tem sido a opção do PSL para o pleito visando ao Palácio do
Campo das Princesas.
O atual deputado
federal Wolney Queiroz (PDT) deve buscar ser reeleito na Câmara dos
Deputados. Em 2014, ele conquistou 86. 739 votos. A atuação do
parlamentar é marcada por ter sido contrário ao impeachment da
presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016, contra a PEC do Teto e à
Reforma Trabalhista e a favor do processo de investigação do
presidente Michel Temer (MDB).
ANÁLISE
ConTexto conversou com
o analista político e professor Arquimedes Fabrício, que comentou
acerca do cenário que se desenha para as eleições a deputado no
próximo pleito e discorreu sobre o papel do eleitor neste período.
Confira:
Qual a importância
de termos nomes com base em Caruaru também na disputa para a Câmara
Federal?
![]() |
Para Arquimedes, é necessário que o eleitor esteja atento desde já às posturas apresentadas pelos possíveis candidatos. Foto: Ivo Sutter/Divulgação |
Torna-se
importante [este número elevado de pré-candidatos], pois se
conseguirmos eleger representantes para a câmara federal, teremos
alguém nos representando e, espera-se, claro, que lute pelos
interesses de Pernambuco,mas principal de Caruaru. Hoje temos apenas
um representante na Câmara dos Deputados,mas em épocas passadas,
Caruaru já teve 4 deputados federais (em fins dos anos 90, o município chegou a ter Fernando Lyra, Wolney Queiroz, Tony Gel e Roberto Fontes na
Câmara Federal). Agora, não adianta ter o deputado se ele na
prática não trabalha, não representa o município.
Percebe-se uma
possibilidade muito grande de líderes tradicionais participarem do
pleito. Por que há uma certa dificuldade na renovação dos quadros
políticos?
A dificuldade na
renovação da classe política eu atribuo ao fato de que nos últimos
cinco ou seis anos a gente percebeu que aumentaram os casos de
corrupção e os escândalos políticos. A coisa está muito
escancarada. Isso gera um descrédito, uma descredibilidade.
As
pessoas de bem, em sua maioria, receiam em se inserir na disputa por
um mandato político. Sabemos nós que há pessoas que desempenham o
seu papel da melhor forma possível, seja como parlamentar ou no
poder Executivo. Porém, essas pessoas são poucas, nas esferas
nacional, estadual e/ou municipal.
A questão hoje é:
quem vai querer disputar um mandato se existem tantas compras de
voto, caixa 2, e quando não há dinheiro não se consegue fazer uma
boa campanha. Os candidatos nanicos, sem estrutura, são
marginalizados. Porém, deveria ser exigida uma preparação por
parte de quem queira ser candidato, alguns critérios serem
pré-estabelecidos, para que eles pudessem cumprir esses critérios.
Hoje, porém, a coisa está tao livre que qualquer um – digo sem
nenhum desrespeito às pessoas – até quem não tem o mínimo de
conhecimento na área pode ser candidato no Brasil. Este é um dos
fatores que avalio que aumentam o descrédito da classe política e
faz com que muita gente não queira participar disputando um mandato.
As eleições
ocorrerão apenas em outubro, porém que conselhos o senhor daria ao
eleitor? É importante que a população já esteja atenta aos
pré-candidatos ou só basta pensar em quem votar quando estiver mais
perto do pleito?
A política é
muito dinâmica, renova-se e tem fatos novos a cada dia. Os políticos
sempre colocam seus nomes em uma pré-disputa eleitoral. Enquanto
eleitores, devemos acompanhar esses candidatos a candidatos neste
período que antecede as eleições para saber como eles estão
caminhando com suas candidaturas, quais são suas ideias, com quem
eles querem fazer alianças, o que defendem e como se comportam
diante do quadro que se instalou no Brasil. Ao chegar à campanha, o
olhar do eleitor tem de ser bem diferenciado, tendo cuidado para
saber realmente quem é o seu candidato, o que ele propõe para o
futuro do país. O eleitor tem de ter consciência de que não votará
para o agora, mas para no mínimo 04 anos. É preciso que as escolhas
sejam seletivas, tentar ao máximo não errar. O papel do eleitor é
votar e fiscalizar os agentes políticos, para fazer cobranças.
Mesmo se o candidato que você votou não foi eleito, o eleitor
também tem o direito de reivindicar que cumpra com o que prometeu.
Por Jénerson Alves
Saiba mais:
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“No Brasil não se tem que se falar em avanço, o que o país precisa mesmo é de um recomeço”, analisa o advogado Severino Melo
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