Quando paramos para refletir a respeito da suprema
importância da família, um grande senso de responsabilidade domina de uma forma
profunda o nosso ser, toda a nossa personalidade; pois existem pelo menos três
áreas em que a suprema importância da família se manifesta:
Em primeiro lugar, a
suprema importância da família se manifesta em relação ao indivíduo, à pessoa. Todo
ser humano precisa de um ponto de referência que lhe sirva, ao mesmo tempo de
apoio, de diretriz, de norte, de bússola. Assim sendo, a família como círculo
relacional mais significativo para o indivíduo, torna-se esse ponto de
referência. É a família que deve oferecer ao indivíduo a confiança básica, isto
é, uma preparação preliminar, com a qual ele enfrentará todos os problemas e
dificuldades da vida. É portanto no contexto da família onde o indivíduo, em
condições normais, forma as atitudes básicas que determinarão seu modo de
conduzir-se diante da realidade social, diante de si mesmo e diante dos valores
espirituais que transcendem à própria existência humana. Eis a razão porque a
Palavra de Deus preceitua: “Instrui o menino (o indivíduo) no caminho em que deve
andar, e até quando envelhecer não se desviará dele" (Prov. 22:6). Esta
instrução tem a ver com as atitudes sadias que são formadas no ambiente
familiar e que se projetam para toda a existência da pessoa.
Em segundo lugar, a
suprema importância da família se manifesta em relação à sociedade. A
sociedade humana somos todos nós, com valores, cultura e instituições. A
sociedade humana para poder existir requer certo grau de organização, pois sem
ordem a sociedade humana se transforma num caos insuportável, onde prevalece a
anarquia e o desrespeito. De todas as instituições humanas responsáveis pela
organização da sociedade, nenhuma é mais importante do que a família. A suprema
importância está relacionada com a sua origem, a família nasceu do coração de
Deus, foi Ele Quem afirmou: “Não é bom que o homem esteja só, far-lhe-ei uma
ajudadora que lhe seja idônea” (Gn. 2:18). Pela sua suprema importância, é a
família a responsável pelo processo de socialização do ser humano. É ela que
prepara o homem para todos os tipos de inter-relação significativa no contexto
social. É a família a responsável pela preservação dos valores sociais, morais
e espirituais, que orientam, forma e dão um sentido de vida às pessoas. Na
medida em que a família perde a sua identidade, os reflexos deteriorativos,
enfermiços são evidenciados na sociedade humana de modo geral.
Em terceiro lugar, a
suprema importância da família se manifesta em relação a própria igreja do
Senhor Jesus Cristo. Através dos ensinos da Bíblia Sagrada, compreendemos
que a família é uma instituição profunda e essencialmente bíblica. Inúmeras
passagens bíblicas abordam esta realidade, por exemplo a Bíblia afirma: “Por
isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e se unirá a sua mulher, e serão os
dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu falo em referência a Cristo e
à igreja. Todavia também vós, cada um de per si, assim ame a sua própria mulher
como a si mesmo, e a mulher respeite (reverencie) a seu marido” (Ef 5:31-32). O
valor que a Bíblia delega à família é tão sublime que o apóstolo Paulo afirmou:
“Mas, se alguém não cuida dos seus, e especialmente dos da sua família, tem
negado a fé, e é pior do que um incrédulo” (I Tim 5:8). Há uma relação muito
íntima entre família e igreja. Os problemas da família afetam a igreja, e a
verdade mais contundente é que uma igreja não pode ser forte se as famílias que
a compõem são fracas e desajustadas, moral, emocional e espiritualmente.
É de fundamental urgência que tenhamos nossos olhos abertos
para a suprema importância da família em relação ao indivíduo, a sociedade e à
própria igreja do Senhor Jesus Cristo. Com nossos olhos abertos para esta
realidade, trabalhemos, façamos nossa parte; a fim de que a família seja para
nós aqui na terra o que ela já é para Deus, uma instituição divina de suprema
importância.
Manoel Nascimento é
pastor e psicólogo. Este é um trecho do livro ‘A família no plano de Deus’,
publicado em Caruaru-PE em 1993
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