Para além da discussão eleitoral de ‘direita’ e ‘esquerda’,
as diferenças entre estas visões de mundo abrangem características subjacentes
aos seres. Esse foi um dos temas discutidos na palestra ‘Perspectivas e
desafios conservadores nas eleições 2018, ministrada pelo bacharel em Relações
Internacionais Filipe G. Martins, durante o 1º Fórum Nacional da Direita em
Pernambuco, ocorrido no Recife no dia 20 de julho.
De acordo com o palestrante, existem três formas de como
abordar quem é direita ou esquerda: memória, filosófica e imaginativa.
Apresentando a Revolução Francesa (1789) como o movimento que deu início às
concepções de direita e esquerda, Martins ressaltou que, já naquele tempo, a direita
entendia ser necessário efetuar um exame para resolver os problemas com cautela
para depois tomar atitudes , enquanto a esquerda possuía a ideia de que para
resolver os problemas da França seria necessário derrubar os reis e o clero. “A
esquerda tem a projeção de encontrar soluções definitivas para todos os
problemas”, disse. “Isso ocorre também na esfera pessoal, em que o sujeito
atribui a si próprio a totalidade da moralidade necessária para o mundo”,
observou.
O palestrante ainda declarou que, sob uma mentalidade
esquerdista, a pessoa não se orienta através da história, mas do projeto de
futuro que ela tem. “É a ideia de que o ‘tribunal da história’ os julgará. Para
eles, tudo é válido para alcançar este futuro”, pontuou. Ele ainda mencionou a
característica da inversão do mérito do sujeito. “Colocar-se contra as ideias
esquerdistas é tornar-se culpado da própria morte”.
De forma simples, Martins apresentou o indivíduo com
pensamento de direita como uma “pessoa comum”. Essa definição tem base nos
pensamentos do escritor britânico Gibert Keith Chesterton, o qual disse que "a
coisa mais extraordinária do mundo é um homem comum, uma mulher comum e
seus filhos comuns". Essas “pessoas comuns”, aos poucos, sentiram que
‘algo’ as atrapalhava de desfrutar a vida, o que tem gerado a reação de uma
maior participação no debate público.Para Martins, eventos como o realizado em
Recife apresentam a seguinte realidade: “Nós, pessoas comuns, com vidas comuns,
não estamos sozinhos”.
O FÓRUM
Além da presença de Filipe G. Martins, o Fórum contou com as
presenças da escritora e ex-feminista Sarah Winter, do tradutor, ativista
político e palestrante Renato Rabelo, e do presidente do Direita em Pernambuco,
Matheus Henrique.
Sabryna Thais é professora de Literatura e colaboradora de ConTexto
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