A
origem da poesia confunde-se ao próprio desenvolvimento da linguagem verbal,
não se sabe ao certo quando ela surgiu, seu conceito também é plural, mas o
consenso reside em destacar sua beleza, expressividade e importância. Dentre as
mais belas e sofisticadas artes, está a poesia com seus encantos, embriagando
de fascínio os bem-aventurados que a leem.
Poética
Julgam-te lâmina
dura;
Proclamas a dor,
Feres a alma?
Corroboras a
imaginação.
Leva-nos ao
infinito
Teu nome é
poesia:
União de palavras
Na busca da
beleza
És como uma vara
de condão
mutando todas as
indecorosas
palavras em luz;
lumiando
a mais obscura
candela
Buscando sempre a
graça,
Sem negar-se a
beleza,
Que por diversas
vezes
É posição à
verdade
És reflexo do
pensamento
Transmitindo
alegria ou tormento
Da
função poética ao uso da metalinguagem, ocorrida na poesia acima, essa arte é
espaço para declarar o amor que não ama:
O fascínio em olhar
Cativas meu olhar
Não ouso
desviá-lo
A cobiça não me
domina
Possuir-te? Não!
Admirar-te.
Mirar tua beleza
sem tocar-te
Tomar-me por tão
doce encanto
Entregar-me ao
nobre sentimento
Ofertar-me à
criatividade
Compor belas
canções
Num sonho
infinito
Repleto de
imaginação
Distante te
quedas
Assim digo-te que
fiques
Pois no aproximar
ou no tocar
Todo o encanto se
esvai
Logo, outra
beleza hei de olhar.
Dos
desencantos ao mais puro e nobre amor, não importa se clichê, o que vale é amar
sem porquês:
Entrega
Encanto e
formosura
Força aguerrida e
candura
Proteção, afago,
provisão
Teus braços meu
universo
Teus beijos, meu
desejo
Teus sonhos, meu
anseio
Tua falta, meu
desalento
Preencha essa
ausência
Mate a dor de meu
peito
Alegre-me com
teus sorrisos
Sufoque-me o
contentamento
Tolha as
desventuras
Sacie-me de
loucuras
Reinvente uma
nova canção
Cante-a aos meus
ouvidos
Sussurre toda a
paixão
Olhe-me nos olhos
Atente à minha
declaração
Nomear já não
posso
Devoção não
expressa
Com tanta
exatidão
Por certo é a
felicidade
Que tomou nosso
coração
A
relação espiritual entre o homem e seu criador também encontrou nessa arte
espaço para expor:
Enche-me de Ti
Sou
um ser vazio
Minha
essência ficou no Edem
Desde
então me preenchem
A
vergonha e a dor
Uma
carência há:
Tornar-me
repleto
Do
interior
que
meu pecado usurpou.
Embora
caído e desprezado
Tua
graça alcançou-me
Resgata-me
da perdição
Não
há como expressar
Toda
a gratidão
A
cada dia resta-me
Confiar
em teu perdão
Enquanto
clamo, aguardo redenção
Não
há impedimentos para a poesia; dor, alegria, amor, ódio, tudo deixa de ser o
que é, e passa a ser aquilo que o arquiteto das letras o queria tornar. A arte
do sentir, do expressar, simplesmente a pura e boa poesia. Que Deus vos
abençoe.
Amanda Rocha é professora. Escreve em ConTexto às quintas.
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