LUTO
Amanda Rocha
Luto todo dia para sobreviver nesta terra do canarinho
Luto plantando, vendendo, advogando, estudando, ensinando, luto.
Luto para sobreviver a cada bala perdida, a cada alma ferida e cada língua ferina.
Luto para alimentar meu filho, cuidar de meus pais.
Luto na fila do SUS, pela vaga na universidade
Luto para que as injustiças não consumam minha sanidade.
Luto para sobreviver às péssimas estradas
Luto contra ganância, contra a corrupção
Luto para sorrir ao sorriso da meninada, para gritar o gol, para dançar um bom samba
Luto
Luto
A cada dia um novo luto
Não importa se em Mariana, Brumadinho, São Paulo, Gonçalo, Caruaru.
A cada dia um novo luto
Um tiro, um ataque terrorista. Luto!
As lágrimas até lutam para não caírem, mas o luto é forte, assim, luto!
Enquanto enlutamos, lutamos na tentativa de que o luto não exista mais
Milhares enlutados, lembranças entaladas, gritos estufados no peito. Luto!
A cada luto, uma nova luta
Luto para não ver o luto, mas ele insiste em encravar esse maldito luto que seguirá
Logo, logo, outro luto nos arremeterá.
Luto plantando, vendendo, advogando, estudando, ensinando, luto.
Luto para sobreviver a cada bala perdida, a cada alma ferida e cada língua ferina.
Luto para alimentar meu filho, cuidar de meus pais.
Luto na fila do SUS, pela vaga na universidade
Luto para que as injustiças não consumam minha sanidade.
Luto para sobreviver às péssimas estradas
Luto contra ganância, contra a corrupção
Luto para sorrir ao sorriso da meninada, para gritar o gol, para dançar um bom samba
Luto
Luto
A cada dia um novo luto
Não importa se em Mariana, Brumadinho, São Paulo, Gonçalo, Caruaru.
A cada dia um novo luto
Um tiro, um ataque terrorista. Luto!
As lágrimas até lutam para não caírem, mas o luto é forte, assim, luto!
Enquanto enlutamos, lutamos na tentativa de que o luto não exista mais
Milhares enlutados, lembranças entaladas, gritos estufados no peito. Luto!
A cada luto, uma nova luta
Luto para não ver o luto, mas ele insiste em encravar esse maldito luto que seguirá
Logo, logo, outro luto nos arremeterá.
SIMULTÂNEO
Ionara Lima
Ontem, enquanto agiam
Sem imaginar
Aos alunos eu pedia
Que poemassem
Sobre a juventude
Meu Deus,
Que atitude
Cruel!
Foi além
Dessa vez, pasmei.
Nem sei… nem sei
O que dizer a família
Aos amigos
A quem ficou
Nem sei.
Já imaginou
Pra que ponta
O mundo virou?
Se foi pra cabeça
Enlouqueceu.
Maldade, quero sair
Aí! Um aqui no chão
A menina gritou.
Em meio a tudo
Real, inspiração
Não falta
E vendo o que se ver
Prossigo, não posso calar.
Deus vos abençoe.
Comentários
Postar um comentário