Desde a década de 70 o Brasil tem-se acrescido
em números de movimentos sociais e sindicatos, suas origens datam em anos
anteriores, mas sua efervescência dá-se no período de Regime Militar. Eivados
da necessidade de luta de classes, esses movimentos disseminam que nasceram
para combater o regime ditatorial vigente nas décadas de 60 e 70 no país, mas
disfarçam o cerne de suas bases ideológicas, cuja finalidade é a imposição da
ditadura do proletariado. Nascida na mente insana e nefasta de Karl Marx, essas
utópicas soluções para o fim das desigualdades sociais e econômicas
concretizaram-se em diversos países, e por onde passaram promoveram unicamente
a igualdade da miséria. Dentre as tantas falácias que divulgam, mentem sobre a
ordem dos fatos, uma vez que os movimentos não surgiram com o intuito de lutar
pela democracia e findar o Regime Militar, há nessa afirmativa uma completa
inversão, visto que o Regime Militar foi conclamado pela população e aprovado
pelo Congresso, nessa época, a população vivia amedrontada com a possibilidade
de o Brasil volver-se numa nova Cuba.
Ainda nos anos 70, os “combatentes
revolucionários”, em outra e melhor palavra, os terroristas perceberam que não
venceriam tão facilmente e modificaram suas estratégias. Enquanto os militares,
despreocupados com os aspectos culturais e sociais ocupavam-se em impor ordem e
progresso, revelando apenas seu caráter positivista, os militantes de esquerda,
agora endossados pelos estudos do italiano Antônio Gramsci, mudavam suas
estratégias, deixaram os quartéis e tomaram às universidades. Assim, surge uma
excelente massa de manobra com sabor de intelectualidade; um exército defensor
do marxismo, uma vez que este se revestiu de falsos cuidados com os menos
favorecidos, plano para alcançar a simpatia da população. A partir de então os
professores concluíam os cursos de formação e ingressavam nas escolas
conduzindo o país a um estado de pensamento único, todos em favor de uma única
forma de ser, pensar e agir, todos defensores de uma mesma economia, mesma
política. Não é à toa que após regime militar apenas em 2018 o Brasil elegeu
pela primeira vez um grupo político com pensamento divergente do marxismo.
Sinto necessário frisar que esse predomínio ideológico não coube apenas aos
professores, mas estes possuíram papel fundante.
A maioria dos assassinados durante o regime eram
terroristas armados que impunham a desordem com o intuito de alçarem o poder,
fato que anos após conquistarão. José Dirceu, José Genoíno e a própria
ex-presidente Dilma Rousseff fizeram parte de grupos terroristas. Genoíno,
ex-presidente do Partido dos Trabalhadores, ex-deputado federal pelo estado de
São Paulo, ainda chegou a liderar a CCJ – Comissão de Constituição e Justiça da
Câmara, ele é um dos sobreviventes da Guerrilha do Araguaia. Enquanto deputado
foi julgado e condenado por envolvimento no Mensalão, pelos crimes de corrupção ativa e
formação de quadrilha. No ano de 2014 José Genoíno teve extinguida a sua pena
embasada no decreto presidencial de sua companheira Dilma, no qual era previsto
o perdão a todos os condenados do país que estivessem cumprindo pena em regime
aberto ou em prisão domiciliar e aos quais faltassem menos de 8 anos para o
cumprimento da pena, Genoíno, não
coincidentemente encaixava-se perfeitamente aos termos do decreto.
A população e os seus representantes estavam
diante de um perigo eminente: o socialismo, e se ainda hoje restasse-nos
unicamente o Regime Militar ou uma Ditadura do proletariado, eu torceria pelo
primeiro, o que não implica em concordar cegamente com todos os atos praticados
pelos militares, trata-se meramente de escolher um período de reorganização dos
poderes ou tornar-se um eterno escravo de oradores escrotos que enriquecem a
custa do trabalho da população.
Dentre os muitos movimentos sociais que alçaram
grande destaque no país está a União Brasileira dos Estudantes - UNE que, entre
os tantos movimentos (des)organizados no país serve exclusivamente para a
difusão das ideologias marxistas e como mecanismo de corrupção; ela manteve-se
calada como um animal amedrontado quando ainda no ano de 2015 e sob o rótulo de
“Brasil, Pátria Educadora” a ex-presidente Dilma Rousseff cortou do orçamento
do Ministério da Educação cerca de 15 bilhões de reais. De igual modo, jamais
se viu a instituição criticar a queda ano após ano do país no ranking
internacional da educação, a saber, a avaliação do Programa Internacional de
Avaliação de Alunos - PISA. Os congressos nacionais da UNE e os da União
Brasileira dos Estudantes Secundaristas – UBES é na prática um ambiente
protegido e financiado pelo Estado apto ao consumo de drogas ilícitas, prática
de sexo grupal e discussões sobre a legalização da maconha, do aborto, da
quebra dos valores judaico-cristãos e como continuar a transformação social com
fim na revolução comunista, tudo isso é um desserviço à sociedade além de
custar-lhe muito alto, uma vez que os impostos dos contribuintes
transformaram-se em doações às Uniões.
Calar-se diante dos problemas que envolvem a
educação não é privilégio unicamente das Uniões de Estudantes, por décadas os
sindicatos dos professores hibernaram e foram incapazes de tecer críticas às
políticas governamentais. Embora nos anos iniciais de gestão petista tenha
ocorrido a ampliação das cifras destinadas à pauta não as aplicaram
adequadamente, testifica-se tal afirmativa simplesmente ao contemplar os frutos
da educação. Se investir puramente de forma desorganizada produzisse benefícios
o país não teria elevado concomitantemente os índices de violência, e ainda não
façamos, por hora, referência aos indícios de corrupção que macularam os
governos e culminaram em prisões e numa incomensurável crise política e moral
que afoga o Brasil. Destaque-se que tudo isso ocorreu sem que uma única nota de
pesar dos sindicatos fosse produzida.


Ademais, as péssimas condições de trabalho que a
maioria dos docentes são submetidos apresentam-se meramente como reclamações e
não conseguem sequer migrar das salas de professores e galgarem espaço nas
pautas de reivindicações. A ausência de recursos desmotiva muitos profissionais
e os números de casos de violência dentro das salas de aula amedrontam e inibem
o fazer pedagógico significativo. Os sindicatos da categoria cerraram os olhos
diante de todo o desmonte que a educação sofreu e ainda acataram facilmente os
desvios de função que impuseram ao profissional da educação, vestindo-o de
educador e obrigando-o a exercer o papel de psicólogo, policial, pai, mãe,
entre outros. Transferiram ao professor obrigações que este não poderá e nem
deve exercer. Coube ao professor sozinho transformar a sociedade.
Por infelicidade é justamente nessa categoria
que vislumbramos o pleno exercício dos paradoxos, uma vez que é possível
contemplar estes profissionais reclamarem da violência que sofrem, mas fazerem
oposição à redução da maioridade penal; criticam os baixíssimos índices da
educação, mas resistem às mudanças didáticas e das metodologias pedagógicas
predominantes, as quais são repletas de concepções das teorias revolucionárias
marxistas.
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Gramsci |
Os movimentos ligados à educação foram
imprescindíveis para a mudança da mente dos brasileiros, porém há outros
contribuintes tão paradoxais quanto os professores, a exemplo o Movimento dos
Trabalhadores Sem Terra, defensores dos líderes de esquerda permanecem na luta
para a conquista da Reforma Agrária mesmo após anos de governo popular, para
não chamá-los de populistas. O mesmo advém ao MTST – Movimento dos
Trabalhadores Sem Teto.
As centrais sindicais vedaram os lábios mesmo
com o agravo do desemprego. No ano de 2015 o Brasil já amontoava mais de 13
milhões de desempregados e não conseguia maquiar o colapso financeiro no qual
estava submerso, daí a frente os percalços ampliaram e as causas foram expostas
com a ajuda da Operação Lava Jato.
Não obstante, diversos movimentos, tais como o
de negros, LGBT e feministas serviram e servem de tentáculos à revolução
cultural marxista, no entanto, o intrigante é que por onde o socialismo fora
implantado justamente esses grupos são perseguidos e têm seus direitos
tolhidos.
O histórico do período no qual os militares
governaram o país é ainda controverso, os discursos que predominaram anos após
é de terror e temor, contudo pouquíssimo se fala sobre o que de fato acontecia.
Não se pode negar que o Ato Institucional número 5, que permitiu a cassação de
alguns mandatos legislativos e até o fechamento do Congresso Nacional é sem
dúvida um marco que nenhum de nós brasileiros gostaria de reprisar, alguns não
exclusivamente pelo ato em si, mas por suas razões de ser.
Durante o período democrático foi instituída a
Comissão da Verdade com a intenção de analisar os documentos desses governos
militares, liderados pelos grupos de esquerda que se posicionavam opostos aos
militares, a Comissão chegou ao saldo criminoso do regime militar: 434 mortos e
desaparecidos, no período de 21 anos. Não quero desmerecer o valor de uma vida,
tão pouco banalizar a violência, mas se compararmos com o último informe da
violência no Brasil sob a democracia os números são estarrecedores: mais de 62
mil mortos em um único ano.
![]() |
Dilma presa no regime militar |
A própria ex-presidente, que na época cumpriu 3 anos de prisão, era
líder de grupos armados como o VPR (Vanguarda Popular Revolucionária)
VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares) e o COLINA (Comando de
Libertação Nacional). Esses grupos são os principais suspeitos pela
morte de alguns que compõem os dados apresentados pela CV, entre eles:
– 26/06/68 – Mário Kozel Filho – Soldado do Exército – SP
– 27/06/68 – Noel de Oliveira Ramos – civil – RJ
– 12/10/68 – Charles Rodney Chandler – Cap. do Exército dos Estados Unidos – SP
– 07/11/68 – Estanislau Ignácio Correia – Civil – SP
– 09/05/69 – Orlando Pinto da Silva – Guarda Civil – SP
– 10/11/70 – Garibaldo de Queiroz – Soldado PM – SP
– 10/12/70 – Hélio de Carvalho Araújo – Agente da Polícia Federal – RJ
– 27/09/72 – Sílvio Nunes Alves – Bancário – RJ
– 27/06/68 – Noel de Oliveira Ramos – civil – RJ
– 12/10/68 – Charles Rodney Chandler – Cap. do Exército dos Estados Unidos – SP
– 07/11/68 – Estanislau Ignácio Correia – Civil – SP
– 09/05/69 – Orlando Pinto da Silva – Guarda Civil – SP
– 10/11/70 – Garibaldo de Queiroz – Soldado PM – SP
– 10/12/70 – Hélio de Carvalho Araújo – Agente da Polícia Federal – RJ
– 27/09/72 – Sílvio Nunes Alves – Bancário – RJ
– 11/07/69 – Cidelino Palmeiras do Nascimento – Motorista
de táxi – RJ
– 24/07/69 – Aparecido dos Santos Oliveira – Soldado PM – SP
– 22/10/71 – José do Amaral – Sub-oficial da reserva da Marinha – RJ
– 05/02/72 – David A. Cuthberg – Marinheiro inglês – Rio de Janeiro
– 27/09/72 – Sílvio Nunes Alves – Bancário – RJ
– 24/07/69 – Aparecido dos Santos Oliveira – Soldado PM – SP
– 22/10/71 – José do Amaral – Sub-oficial da reserva da Marinha – RJ
– 05/02/72 – David A. Cuthberg – Marinheiro inglês – Rio de Janeiro
– 27/09/72 – Sílvio Nunes Alves – Bancário – RJ
– 29/01/69 – José Antunes Ferreira – guarda civil-BH/MG
– 01/07/68 – Edward Ernest Tito Otto Maximilian Von Westernhagen – major do Exército Alemão – RJ
– 25/10/68 – Wenceslau Ramalho Leite – civil – RJ
– 01/07/68 – Edward Ernest Tito Otto Maximilian Von Westernhagen – major do Exército Alemão – RJ
– 25/10/68 – Wenceslau Ramalho Leite – civil – RJ
É
mais nítido que a alva que os grupos que atuaram oposto aos militares durante
as décadas de 60 e 70 não são apaixonados pela democracia, unicamente
envolvem-se nesse discurso com o intuito de ludibriar a população e não
perderam a oportunidade, quando ascenderam ao poder, de explorar a população e
conduzir a sociedade ao caos.
O brasileiro segue envolto em antíteses e
paradoxos, defendendo sua fé e leis que objetivam inibi-las; clamando a Deus
por justiça e elegendo corruptos; chorando por seus mortos vitimados pela
violência e afirmando ser o bandido vítima da sociedade; bradando por mais
estado e reclamando da cobrança dos altíssimos impostos e dos péssimos serviços
ofertados; desejando liberdade e votando em socialistas; criticando ditaduras,
mas ovacionando nomes como os de Fidel Castro e Hugo Chaves; Conclamando o
respeito e a tolerância enquanto veste uma camisa do Che Guevara; repudiando a
menção ao 31 de março de 1964, mas festejando o centenário da Revolução Russa
(mais de 100 milhões mortos). Há uma máxima muito replicada dentre os
intitulados progressistas que diz “Os fins justificam os meios”, se preferem
aplicá-la, digo-vos que os excessos e abusos praticados pelos militares
estariam justificados, pois essas ações culminaram na vigência da atual
democracia. Ao elencarmos os vilões, diremos certamente que são aqueles que
estavam determinados a implantar o comunismo no Brasil, mas eis que alguns
bravos homens determinados a protegerem a nação os impediram.
Os exemplos das contradições são inúmeros e
parece-nos que constituirão nossa sociedade por muito tempo, a transformação
não será veloz e indolor, seu início dar-se-á pelas bases, sobretudo em
compreender qual a função e as distinções entre a educação formal e familiar.
Torçamos para que o Ministério da Educação consiga entender-se internamente,
despojar-se do viés ideológico passado e utilizar a educação para finalmente
cumprir seu papel transformador da nação.
Fugindo um pouco à regra, a indicação hoje é o
documentário “1964: o Brasil entre armas e Livros” produzido pelo Brasil
Paralelo cuja pré-estreia ocorrerá no dia 31 de março nos cinemas. Deus vos
abençoe.
Amanda Rocha é professora. Escreve em ConTexto às quintas-feiras.
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