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Sem Aspas - Páscoa, justiça e salvação - por Amanda Rocha

O cumprimento do ide do Senhor realizado pelos apóstolos e discípulos ao longo dos séculos expandiu o Evangelho, tornando conhecida a muitos a ação salvífica de Cristo no Calvário, a qual é capaz de justificar o homem concedendo-o a vida eterna. Contudo essa relação entre justiça e salvação sempre foi tema para discussão e pesquisa, muitos se questionam principalmente acerca do processo de salvação no que tange aos que não foram alcançados pela mensagem evangelística.  Outro dia alguns alunos questionaram-me se seriam condenados todos os que morreram sem ter ouvido a proclamação do evangelho. Não obstante, essa também já fora uma indagação minha, em meus inexpressivos conhecimentos teológicos, decidi reler alguns versículos em busca de trazer à memória uma provável resposta, se é que a encontraria.



Há quem comungue da tese de que seria uma imensurável injustiça Deus condenar alguém que não teve acesso à mensagem da Verdade, todavia, Isaias 64.6 afirma que “Todos os nossos atos de justiça se tornaram como trapos de imundícia” nossa medida de justiça é pequena, suja. As Escrituras relevam que só há um caminho que conduz à salvação, Jesus Cristo; em João 14.6 o próprio Jesus afirma “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim”. Foi seu ato em morte de cruz que permitiu a todo que nele crer alcançar a salvação, mas quanto àqueles que jamais ouviram falar desse tal de Jesus, que embora homem, é Deus e através dEle é possível alcançar o perdão para remissão dos pecados? É mediante a fé em Cristo que alcançamos o perdão, e essa fé é fabricada em nossos corações ao ouvirmos a Palavra de Deus, mas como julgar e condenar alguém cuja possibilidade de ouvir essa Palavra lhe foi tolhida? E para esses, regressamos, inclusive, a um ponto ainda mais intrigante: Deus existe? A Bíblia, contudo, revela-nos que os céus declaram a Glória de Deus, e que o firmamento proclama a obra de suas mãos (Salmos 19.1), assim, bastaria contemplar a natureza para que o homem reconheça que apenas um ser divino, superior a si seria capaz de produzir o que seus olhos podem contemplar, mais que isso, a cada nova descoberta científica evidencia-se a obra grandiosa da criação divina; ademais, a própria consciência do homem o conduzirá a praticar atos conforme a boa e agradável vontade de Deus, ou seja, um parâmetro sobre o certo e o errado, rapidamente em Romanos 2.14-15 Paulo nos diz que “De fato, quando os gentios, que não têm a Lei, praticam naturalmente o que ela ordena, tornam-se lei para si mesmos, embora não possuam a Lei; pois mostram que as exigências da Lei estão gravadas em seu coração. Disso dão testemunho também a sua consciência e os pensamentos deles, ora acusando-os, ora defendendo-os”.

Engana-se o homem ao pensar que a salvação é um direito que possui, pois não é, por contrário, é um favor imerecido que recebemos do Deus bondoso e rico em misericórdia, que nos livra de nossa merecida recompensa pelo afastamento de sua presença, a saber, a condenação eterna. Fazer justiça é condenar o homem pecador que se distanciou do saber e obediência de Deus. A condenação é o que merecíamos, mas através de Jesus alcançamos justificação e purificação para remissão dos nossos pecados.

O homem insiste no erro, quando utilizar de seu olhar de justiça limitado por sua própria humanidade, ao exigir de Deus salvação a todos os indivíduos, e em caso de descumprimento, imputa ao Senhor uma perversidade desmedida e ao homem o direito inato de viver em gozo e refrigério independente de seus atos. Ademais, quando cobramos de Deus uma suposta justiça que implica na salvação de todos os pecadores, praticamos o ato de Adão, transferimos ao outro a responsabilidade que nos foi dada: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho; mas ao invés de declararmos a salvação mediante o reconhecimento de Cristo como único e suficiente salvador, nos escondemos e recusamo-nos.

Viver um evangelho medíocre, despreocupado, que não se compadece do sofrimento do outro, que se satisfaz com uma entrega sem doação completa é fácil. É fácil ir aos cultos em certos dias da semana, cantar alguns louvores e até recitar alguns versículos, isso é simples; no entanto, o verdadeiro evangelho é padecer com Cristo, é viver a páscoa todos os dias.

A Palavra de Deus não trata amplamente de algumas de nossas indagações aqui expostas, há antimônios que apenas nos serão esclarecidos quando adentrarmos na glória e junto ao Deus pai compreenderemos tudo o que por hora acalenta-nos a fé, a certeza que há um Deus todo poderoso, o Único que era, que é e há de vir, para o qual toda a criação inclina-se em louvor e adoração e sob sua autoridade e vontade o servem e servirão de eternidade em eternidade.



A indicação de leitura de hoje é Os Cânones de Dort. Que Deus vos abençoe.




Amanda Rocha é professora. Escreve em ConTexto às quintas-feiras.

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