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A Doutrina que você Nunca Aplicou ao seu Trabalho

Pesquise no Google “robôs” e você vai descobrir dezenas de artigos que preveem o futuro da nossa economia. Um estudo projeta um potencial de 800 milhões de empregos globais perdidos para a automação. Podemos ver a tendência já nas linhas de autoatendimento nas lojas, a ascensão dos chatbots e os quiosques com monitores de tela táctil tomando conta das cadeias de fast food do país. Embora as mudanças deixem alguns esperançosos sobre as possibilidades da automação, outros estão preocupadas com a perspectiva de serem substituídos.
Caso você tenha ou não receio de que sua posição atual possa ser tomada por um robô, a verdade é que muitos de nós passam por períodos em que nosso trabalho parece desnecessário. Nossa carga de trabalho está cheia de projetos sem saída, nossas tarefas parecem monótonas ou há uma enorme concorrência em nosso campo. Isto nos deixa pensando: o meu trabalho é importante?



Deus Não Precisava de Você

Ao considerarmos estas questões, podemos encontrar esperança em um atributo de Deus raramente discutido. As palavras iniciais da Bíblia são: “No princípio, criou Deus” (Gn 1.1). Aqui nós temos a primeira olhada na asseidade de Deus (literalmente “de si mesmo”).
A asseidade de Deus significa que ele não foi criado por nada, não é dependente de qualquer coisa ou necessitado de qualquer coisa. Ele sempre existiu e está plenamente satisfeito em si mesmo.
É fácil cair no pensamento de que Deus estava preenchendo um vazio quando ele criou—talvez ele precisasse de um amigo? Mas Deus não foi melhorando à cada dia da criação até que finalmente acertou. Cada dia foi chamado de bom não porque o dia anterior não havia sido, mas porque Ele o criou e o fez bom.
Nós vemos este tema ecoado nos humildes gritos do rei Nabucodonosor, que admite que o homem não é nada e que Deus opera com o exército do céu e os moradores da terra (Dn 4.35). Além disso, Paulo faz referência à asseidade divina no Areópago, relatando o Deus que não é servido por mãos humanas, como se precisasse de alguma coisa, mas que dá vida a tudo (At 17.25).
A notícia de que Deus não necessita de nós não é outra declaração de nossa inutilidade; é uma dádiva preciosa. A doutrina da asseidade nos permite admirar o incrível amor de Deus ao nos criar. Pois ele nos fez não por necessidade, mas por liberdade.
Na asseidade de Deus também nos libertamos de cargas pesadas demais para suportar. Nem a bondade nem o poder de Deus repousam sobre nossos ombros débeis. A quantidade de valor que recebemos do nosso trabalho não muda Seu caráter, não o pega desprevenido ou o torna mais ou menos glorioso do que é agora mesmo.

Deus deu o Trabalho como uma Dádiva

Deus não só nos criou livremente, como também escolheu nos dar o trabalho. Ele diz a Adão e Eva “sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a” (Gn 1.28). Se lermos estas palavras sem uma compreensão adequada da asseidade de Deus, estamos nos preparando para o desapontamento quando nos sentirmos presos em tarefas subalternas. Nosso trabalho sem saída não nos faz sentir que temos domínio.
Podemos pensar que fomos feitos para sermos uma Ester, nascida neste mundo “para conjuntura como esta”, mas nos esquecemos da humilhante primeira metade deste versículo bem conhecido, quando Mordecai diz a Ester que Deus salvará seu povo com ou sem ela (Et 4.14). A verdade é que Deus não se apóia em nós para preencher um vazio que ele não pode preencher, já que ele não tem nenhum vazio e seus planos nunca serão frustrados (Jó 42.2).
Em vez disso, podemos olhar para o nosso trabalho através da lente da asseidade de Deus e ver o mandamento que Deus nos deu para encher a Terra e sujeitá-la não como uma necessidade onerosa, mas como uma dádiva a ser obedecida—não importa quão pequena a tarefa pareça. À medida que trabalhamos em fidelidade, reconhecemos que nosso trabalho é uma forma de adoração e que, em última análise, é Deus quem torna qualquer coisa boa.
Assim, podemos ficar sentados durante oito horas em reuniões, trabalhar como garçons ou limpando pisos que em breve ficarão sujos de novo, porque Deus usa nosso trabalho para se glorificar. Ele não necessita de nós para guardar Legos ou tirar fotos ou até mesmo escrever artigos, mas Deus nos deu estas tarefas como uma dádiva para participar de seu bom trabalho no mundo.

Deus nos deu Colegas de Trabalho

Junto com a fidelidade em nosso trabalho, Deus nos chama à fidelidade àqueles que realmente precisam de nós—nosso próximo em geral e o corpo de Cristo em particular. Deus chamou a cada dia da criação de bom, e ainda assim não era bom que o homem estivesse sozinho (Gn 2.18).
Esta necessidade por comunidade é repetida em todo o Novo Testamento, e ecoa na própria imagem do corpo de Cristo. As várias partes de um corpo são todas dependentes e conectadas, quer pareçam mais fracas ou não (1Co 12.15-16). Assim também nós, como igreja, necessitamos uns dos outros—para servir, ensinar e encorajar uns aos outros a permanecerem fiéis em quaisquer chamados que nos tenham sido confiados.
Você tem uma esperança mais forte e uma missão mais completa do que simplesmente encontrar o buraco com o seu formato no universo. Talvez esteja tudo bem que um robô possa fazer o seu trabalho ou que haja centenas de outros trabalhadores exatamente como você. Seu trabalho comum, afinal de contas, é uma oportunidade para adorar o Deus que o criou e lhe deu tudo que você precisa—não por obrigação ou por falta, mas porque ele queria, por amor.

Traduzido por Thaisa Marques


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