Quem nunca desejou estar perto de alguém? Que sensação
incrível é gerada por esse desejo, é como uma onda que vem da nossa alma e sai
buscando um caminho para desaguar, e é justamente no coração, onde essa onda
encontra descanso, mas descanso só pra onda mesmo, porque o coração fica bem
apertado, e porque não dizer, afogado com esse desejo.
Talvez, seja a partir disso, que se fomenta a ideia de que “estamos
morrendo de saudade”, é que a saudade nasce da ausência, do distanciamento, do
desejo de ter por perto que distante encontra-se. A maior dificuldade em
aceitar a saudade é que fica um duelo em nossa mente, por vezes, a mente quer
até entender essa não possibilidade, no entanto, o coração insiste em desejar,
talvez seja porque está afogado de tanta saudade, que nem tenha condições de
ser racional e menos emotivo.
Mas uma coisa é certa, existem distâncias que só nos fazem
ter a certeza de que a melhor coisa é nos afastar por algum tempo, muitas
vezes, somos vítimas de nós mesmos e achamos que somos nós os importunos na
vida do outro, quando, na verdade, é o outro que tem sido na nossa, mas pela
convivência diária, acabamos nos acostumando, até mesmo com aquilo que não nos
faz bem.
Libertar-se do sentimento que nos prende é necessário, não
podemos viver apenas nem função do outro, a porta que se fecha para um, servirá
para a entrada de outra pessoa, a vida faz um percurso, que por vezes, nos
parece um labirinto, mas são apenas estações em que esse trem precisa fazer
paradas, a fim de que uns desçam e outros subam, que uns fiquem e outros possam
seguir, isso é a vida, são as estações que nos conduzem a lugares diferentes,
distantes, e por vezes, sem voltas. Permita-se! Seja feliz, mesmo com a
ausência.
Davi Geffson é mercadólogo e universitário de Letras.
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