E a
Lua ao longe por cima do armazém, espera qual vai ser a decisão...
Inaugurada em 1895,
funcionou por muitos anos transportando passageiros e cargas comerciais, além
de também integrar ações voltadas aos festejos juninos com as viagens do
"Trem do Forró" durante o mês de junho. Hoje o trem não passa mais,
mas o local deu abrigo para a realização de diversos eventos culturais na
cidade durante todo o ano.
Desde 2010, quando
comecei a frequentar a Estação por conta das atividades culturais lá
desenvolvidas, que observo o comportamento da Lua. Desde o nascente ao
“morrente” (como dizia o saudoso Coronel Ludugero). Em 2012, acho eu, que, onde
funcionava a Casa dos Artistas mantida pelo poeta Valdez Soares, passou a se
instalar a sede provisória da Academia Caruaruense de Literatura de Cordel,
parceria da qual somos agradecidos ao Valdez e passando a somar artes com as
Casas que já estavam lá, a saber: Boi, Pife e Teatro. Até que em agosto de 2014
conseguimos uma Casa (espaço), e colocamos o nome de Casa do Cordel, mantendo
assim a nomenclatura existente: Casa do Boi, Casa do Pife, Casa do Mamusebá.
Nessa mesma data, se instalou a Casa da Capoeira, que passou a ser nosso
vizinho de tábua.
E a Lua sempre deu seu
ar da graça, mas aos poucos foi se distanciando...
Doravante começou um
zum zum zum, de que aquelas casas iam ser derrubadas e etc. etc. Entra gestores
e sai gestores da Fundação de Cultura e cada um com mil e uma ideias para o
local. Ah, esclarecendo:
A Fundação de
Cultura e Turismo é o órgão responsável por executar políticas de cunho
cultural, em todas as suas dimensões e expressões. Tem como objetivo principal
a promoção, o apoio, o incentivo, a preservação e a difusão das identidades e
produções culturais de Caruaru de forma estruturadora e sistêmica focada na
inclusão social, no acesso e na diversidade cultural.
E a
Lua ao longe por cima do armazém, espera qual vai ser a decisão...
Nas minhas pesquisas
constatei que após
de mais de uma década de ocupação irregular da Estação Ferroviária, a
Prefeitura de Caruaru conseguiu o direito real de uso do espaço. No dia 17 de
julho de 2018, foi publicado, no Diário Oficial da União, o termo de cessão de
uso concedido pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
(DNIT) ao município.
Ainda em 2017, foram
criadas duas comissões – uma da gestão municipal e uma do Conselho de Cultura –
para debaterem (e parece que esse debate nunca existiu) o processo de
organização da estação ferroviária junto com a Fundação do Patrimônio Histórico
e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (Iphan).
E o Coletivo de Artistas
que preservam a Estação há mais de uma década? Nem são citados para
participarem de tais debates, isso sim. Só sabem que as Casas vão ser
derrubadas e bla bla bla...
E a
Lua ao longe por cima do armazém, espera qual vai ser a decisão...
Nessas alturas já são
vários órgãos envolvidos - tirando-se claro a comissão municipal do Conselho de
Cultura, temos: Fundação de Cultura, Transnordestina, ANTT, DNIT, Fundarpe e Iphan.
Reconheço que a gestão da
Prefeita Raquel Lyra conseguiu fazer os reparos e oficializar esta cessão no
tempo recorde de um ano e meio. A cessão é gratuita pelo prazo de 20 anos,
condicionada ao uso turístico e cultural dos espaços”. Enquanto isso...
A Lua
ao longe por cima do armazém, espera qual vai ser a decisão...
Nelson Lima é teatrólogo e poeta
Muito bom, parabéns!
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