Nestes últimos dias, fazendo estágio na Casa dos Pobres São
Francisco de Assis, tenho vivido experiências incríveis, contudo, mediante a
toda essa vivência, um questionamento veio à tona: velhice, começo ou fim? E
como tudo na vida depende do jeito que a gente ver, vamos partir para esta
perspectiva.
Cabelos brancos, rugas profundas, olhares fixos, uns com
força, outros precisando do auxílio de uma bengala, uns que não riem mais,
outros que fazem questão de sorrir, uns que tem uma mente fértil e muito viva,
outros que já não lembram de muita coisa e, chegam até, a agir como criança.
Porém, todos com muitas histórias, ainda que, por vezes, n em sejam
verdadeiras, mas a força de uma mente viva permite a criação de histórias que até
fazem sentido.
Mas enfim, começo ou fim? Depende! Depende do que
relacionamos a ser começo e ao que ser fim. O fato é que a velhice não é um
monstro destruidor de corpos e mentes, pelo contrário, velhice é uma fase
criadora, até mesmo em alguns momentos, dialogando com alguns idosos da
instituição acima citada, fiquei-me a questionar: “Será que não sou eu que
estou velho?” Aí acabamos caindo no fator de criar um estereótipo para cada
classe e gente, pois, não necessariamente, o velho é aquela pessoa fraca, sem
forças e sem vigor, afinal, existem anciãos que colocam muitos jovens no bolso.
Tão importante quanto querermos saber se a velhice é começo
ou fim, é termos a certeza que quando chegarmos lá (na velhice) teremos muitas
lições de vida para contar. Por isso, desde já, é importante “ser”, pois um dia
só restará aquilo que fomos e não aquilo que possuímos. Tudo passa, a gente
passa, os dias passam, o legado fica. A pressa nunca nos fará chegar primeiro,
a calma também não, na verdade, chegaremos no nosso tempo, quando for o tempo.
Passos
lentos no corredor
Som de
chinelo arrastando
Não
era nenhum fantasma
Era um
idoso caminhando
Caminhava
lentamente
E
pensei: daqui pra frente
Não
corro, sigo andando.
Pense nisso.
Davi Geffson é mercadólogo e
universitário de Letras
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