Já estamos a mais de sessenta dias em quarentena
devido à COVID-19, em que nesse período muitos problemas vieram à tona,
principalmente se falarmos na questão da política. Muitos acreditavam que nesse
momento de provação, todos deveriam dar as mãos, mas infelizmente nos mostrou
que a realidade e bem diferente, onde muitos foram para caminhos mais obscuros
que o tradicional, a exemplo do governador do Rio de Janeiro (Wilson Witzel),
do prefeito de Recife (Geraldo Júlio) e tantos outros pelo Brasil afora.
A falta de sensibilidade por parte da grande
maioria dos políticos, é algo que simplesmente não tem explicação, porém alguns
desses governantes já nasceram em berço de ouro, nunca passaram uma necessidade
na vida, e por isso lhes faltam empatia. Vimos o exemplo aqui em Caruaru,
quando o Governo Federal liberou o auxílio emergencial, onde pessoas num
momento de desespero arriscavam suas vidas entre receber o valor para colocar
comida na mesa ou serem contaminadas pela COVID-19. Qual foi a ação que
tomaram, enquanto centenas de pessoas ficavam desabrigadas no sol, sem terem
uma proteção, um copo com água, um sanitário? Ou seja, uma total falta de
sensibilidade por parte do poder público municipal, pois enquanto a gestão
cercava praças, deixavam as pessoas no sol a pino.
Outro ponto muito delicado e que merece uma atenção
mais que especial, é quando falamos nas mais de 43.000 crianças e adolescentes
da rede pública municipal de Caruaru, que estão sem receber o “kit merenda”.
Hoje está completando exatos 50 dias, que foi distribuída a primeira remessa e
que depois disto nada mais foi entregue. Mais um exemplo claro que existe uma
disparidade entre a prática/ação com o discurso pregado pela gestão, quando a
mesma diz: “nós cuidamos das pessoas”.
Enquanto muitos inocentes passam necessidades e
outros até fome, a gestão se preocupa em continuar com algumas obras e compras
que não fazem o menor sentido nesse momento, em que na realidade a preocupação
deveria ser com as pessoas e não com a reeleição. No diário oficial do
município, todos os dias vemos contratações que nos levam a uma análise. A
exemplo do D.O. publicado no último dia 4 de maio, onde duas contratações nos
levam a muitas perguntas: se estamos sem aulas nas escolas, qual a necessidade
de comprar brinquedos (R$ 53.900), enquanto as crianças estão sem ter o que
comer? Para que se comprar polpas de frutas e laticínios (R$ 245.210), se não
são distribuídas e temos milhares de crianças estão sem ter o que comer? De que
adianta abrir a boca e falar em rede de solidariedade, enquanto não se olha
para dentro de casa e tenta amenizar o sofrimento de centenas de crianças
inocentes? Estão querendo tampar o sol com a peneira, ou não conseguem escutar
o som dos estômagos sem alimentos?
Quem já estudou em colégio público, sabe que muitas
crianças só têm de refeição a merenda que oferecem nas escolas, e o que dizer
das que estão a mais de sessenta dias sem pôr os pés nos seus respectivos
educandários? Espero que nesse período pandêmico, tenhamos menos obras na
cidade e mais comida nas mesas dos caruaruenses.
Oscar Mariano
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