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Opinião Construtiva | Diálogo e dialogicidade… - por Mário Disnard

Não obstante consideremos o educador Paulo Freire, reconhecido como educador de adultos, sendo autor de um método para alfabetização que convida o educando a um processo de apreensão da realidade com vista à transformação, não significa afirmar que nossos esforços se resumem a tentar perceber suas concepções, nas mensagens de documentos. De certo, nos debruçamos, na tentativa de verificar uma ideia central, em seu pensamento, na perspectiva das diretrizes curriculares, considerando o lugar e o significado do diálogo, no processo de formação dos educandos, dentro das propostas curriculares para as modalidades de ensino, assim como verificar este desdobramento sobre as narrativas docentes.


Freire oferece uma contribuição significativa na formação de uma sociedade democrática e libertadora, à medida que cria uma concepção de educação popular, direcionada ao excluído do conhecimento e, consequentemente, da sociedade com a qual convive. Procurou construir e defender suas ideias, em direção a um modelo de sociedade excludente, desigual e opressora, propondo a superação, através do desenvolvimento da consciência crítica. Suas ideias sobre educação, sucessivamente, instigaram a construção de teorias, com base no respeito aos educandos, na constituição da autonomia, na presença de uma educação dialógica, propondo uma constante reflexão, que reformulou suas ideias e possibilitou a criação de novos paradigmas educacionais, na recriação de uma práxis pedagógica libertadora.


Não há como desconsiderar a importância do diálogo na formação dos sujeitos das modalidades de ensino. Afinal, são os docentes desconhecedores desta possibilidade, ou não foram oportunizadas reflexões a respeito? É possível não considerar práticas educativas dialógicas numa sociedade com tantas diferenças sociais? Como oportunizar a reflexão sobre as diferenças étnicas, culturais, linguísticas e sociais “fora” do diálogo problematizador? Assim, conhecer em maior profundidade, as relações e contribuições que esta teoria apresenta ao ato educativo, nos permite tentar apreendê-las no cerne da organização curricular, enquanto perspectiva dialógica favorável à prática pedagógica.


A sociedade é reconhecida em seu caráter transitório e dinâmico, o qual necessita do processo educativo, maior preocupação com ações que acompanhem seus acontecimentos e inovações, com o objetivo de inserção dos educandos em seu meio. Para finalizar este posicionamento enfatiza a diversidade no interior da sociedade, não apenas em seu aspecto econômico, mas no tocante aos grupos sociais distintos, que atribuem significados próprios às ações que desenvolvem e ao mundo que os rodeia, ou seja, constroem identidades, produzem cultura.



Em sua complexidade e diversidade, a sociedade é posta como tema de estudo, com o objetivo de obter novas relações, questionadoras da discriminação, das relações de opressão e violência. O mundo e suas relações são percebidos em sua totalidade, considerando não apenas as relações estabelecidas entre os seres humanos, mas a compressão que possuem sobre suas ações neste. Suas permanências e transformações, as mudanças ocorridas no tempo e no espaço, seus conflitos e a diversidade que o constitui.



Mário Disnard é professor, com graduação em História e Gestão em Recursos Humanos. Possui pós-graduação em Gestão do Capital Intelectual e Coordenação Pedagógica. Foi Articulador da EJA da Prefeitura Municipal de Caruaru. Tem experiência na área de Administração. Foi coordenador do Fórum Estadual de Educação de Jovens e Adultos biênio 2014/2016, Foi vice-presidente dos Conselhos Municipais de Assistência Social e Direitos da Criança e do Adolescente de Caruaru. Participou da Construção do Plano Municipal de Educação de Caruaru. Pesquisador em EJA com publicações Nacionais e Internacionais. Em 2020 lançará o livro com a mesma temática do trabalho apresentado em Portugal pela editora Appris.

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