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Opinião Construtiva | Entre a favela e o castelo: apresentando as crianças e seus contextos de vida - por Mário Disnard

 A intenção é apresentar os contextos de vida que estão inseridas as crianças. Para tanto e, abordando separadamente cada contexto, busco situar, num primeiro momento, as condições socioculturais das famílias e as experiências que derivam dessa condição para as crianças. Num segundo momento, buscando perceber como as crianças vivem a condição infantil no interior de cada escola, procuro evidenciar como cada uma (por meio de suas concepções e práticas) pode favorecer ou limitar processos de interação entre pares, de autoria e produção cultural por parte das crianças.

Considero oportuno, esclarecer porque estou assumindo o termo “favela” e como ele se define conceitualmente.

Existem várias conceituações de favela e representações sociais sobre elas, que foram se construindo ao ,longo das transformações históricas relacionadas às cidades e a ocupação do espaço urbano. Não é minha intenção realizar discussão aprofundada sobre esse tema, mas, antes, indicar algumas bases em que me apoio quando me refiro à favela. Para tanto, estou me valendo de alguns conceitos e reflexões construídas pelo Observatório das Favelas, por compreendê-las como coerentes na defesa do respeito à cidadania e no reconhecimento dos direitos humanos nos espaços populares, com a construção de políticas públicas voltadas a superação das desigualdades sociais.

Reconhecendo que o termo favela seja uma generalização, existindo, na verdade, grande heterogeneidade “inter e intra” favelas a necessidade de que a favela tenha regulação própria baseada em sua materialidade histórica (tipos, ocupação, características morfológicas, composição social, etc,).

A INFÂNCIA NO CASTELO

Diferentemente do grupo da favela, nesse contexto, as crianças não convivem em comunidade, portanto, seus lugares de moradia

Não se convertem em espaços comuns de socialização que as crianças compartilham quando não estão na escola. Neste caso, os efeitos de uma cultura local referente ao lugar de moradia comum das crianças, não existem para ser avaliados. Outrossim, cabe considerar, de modo genérico, o pertencimento de classe e a cultura urbana contemporânea como condições socias comuns à experiência da infância nesse contexto. Típico dos modos devida das classes médias, em sua grande maioria, as crianças moram em apartamentos localizados em diversos bairros da cidade, principalmente nas zonas de classe média e alta, em condições e experiências bem diferenciadas da favela.

Ás formas de lazer habituais das famílias desse grupo, como passeios e praia, são incorporadas atividades culturais como cinema, teatro e viagens, típicas do habitus de classe de grupos com grande capital cultural.

Finalizando fica claro evidente as desigualdades sociais dos cenários apresentados, e que precisamos cada vez que a função tripartite esteja alinhada para a redução de tais desigualdades e que tenhamos uma espiralidade educacional, social e assistencial isonômicas.


Mário Disnard é professor, com graduação em História e Gestão em Recursos Humanos. Possui pós-graduação em Gestão do Capital Intelectual e Coordenação Pedagógica. Foi Articulador da EJA da Prefeitura Municipal de Caruaru. Tem experiência na área de Administração. Foi coordenador do Fórum Estadual de Educação de Jovens e Adultos biênio 2014/2016, Foi vice-presidente dos Conselhos Municipais de Assistência Social e Direitos da Criança e do Adolescente de Caruaru. Participou da Construção do Plano Municipal de Educação de Caruaru. Pesquisador em EJA com publicações Nacionais e Internacionais. Em 2020 lançará o livro com a mesma temática do trabalho apresentado em Portugal pela editora Appris.


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