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Sem Aspas | Igrejas: essencialidade descartável - por Amanda Rocha

 Lidar com a morte não é, em nossa e em muitas culturas, algo natural. Contudo, vale salientar que nos momentos em que nos vemos diante dela, da morte, é comum que recorramos à fé. É a fé que produz em nós o conforto, a paz e apazigua as dores. As pessoas que comungam da mesma fé agregam-se e compartilham experiências com a finalidade de fortalecer-se e manterem acesas a esperança, sobretudo quando diante de momentos de perturbações.

A igreja e os trabalhos religiosos estiveram presentes nos momentos de maiores angústias do mundo moderno: as Guerras Mundiais, conflitos civis, lugares remotos, entre outros. Em todas essas situações a igreja atuou cuidando do corpo e da alma dos homens. Citando, ainda que brevemente, que as maiores instituições de caridade, muitas instituições de saúde e grandes centros acadêmicos, em todo o mundo, são frutos do trabalho de igrejas cristãs, uma das maiores religiões do mundo.
A pandemia da covid-19 é mais um momento de grande tensão sofrida pela humanidade e terreno convidativo a uma atuação mais enérgica da igreja. Entretanto, apesar de ser essencial ao bem-estar psicológico, a igreja tem sido relegada e sofrido restrições de muitos governantes.



No início do mês de maio, a bancada evangélica da Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE) comemorou a sanção feita pelo Governador Paulo Câmara do projeto que tornou as igrejas instituições essenciais no Estado durante a situação de calamidade pública provocada pela Covid-19. A cerimônia de sanção contou com a presença de vários parlamentares da bancada.
O documento amplamente celebrado por diversos fiéis do Estado era mera performance, e, na prática, não alterou as restrições anteriormente sofridas. O documento, que padeceu mudanças em seu processo de tramitação, deixou precedente para que os templos continuassem atuando conforme os limites impostos pelo governador.
Muitos, sob a alegação de estado laico, foram contrários ao projeto. Vale salientar, todavia, que um estado laico, não é aquele que restringe o direito de culto; por contrário, é justamente o que garante a liberdade de culto das mais diversas manifestações religiosas; no entanto, o que a pandemia tem revelado é um estado laicista contrário a esse direito.
Se por um lado vislumbra-se deputados que se puseram sob os holofotes do PL, com o intuito de manutencionar seus próprios palanques políticos e afagar seu rol de eleitores; por outro, temos um governo que desdenha da Constituição Federal e abusa de seus poderes por consequência de uma péssima administração das medidas de contenção do avanço da pandemia.
As imposições exoneraram os trabalhadores e os fiéis com restrições duras, mas parecem não ver o que está sob a responsabilidade do governo, como os ônibus superlotados e a ampliação da rede pública de saúde, que se apresenta ínfima diante das necessidades. Rede que, a propósito, sofre há muitos anos com ausência de leitos e escassez de recursos. Apesar disso, o governador, ainda em março de 2020, alegando excesso de recurso, utilizou 70 milhões dos recursos destinados à mitigação da pandemia em “Encargos da Dívida Pública Externa”.
As ações exercidas pelo Estado visam unicamente coibir o exercício de direitos garantidos pela CF de 88, e, por isso, pouco conseguem reduzir a propagação do vírus e conscientizar a população. Pernambuco vive o pior momento da pandemia, mas poucos questionam a aplicabilidade dos recursos recebidos do Governo Federal pelo Estado e, menos ainda, compreendem que a igreja é essencial para auxiliar o Estado a superar esse momento de tensão. A igreja deve ser tratada como aliada e não ser descartada como se não tivesse provado seu valor.


Amanda Rocha é professora e escritora

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