Calo diante de tudo que a vida pede para eu falar,
Quero gritar, mas como um surdo-mudo, não escuto nada,
E nada sei falar,
O mundo faz eu me calar.
Calo diante da fome, da opressão,
Da bomba atômica, do canhão,
Calo a procura de uma saída, de uma opção,
Calando para o mundo o que a vida não dá explicação.
Calo, porque me ensinaram a brigar pelo poder, pela ambição,
Calo vendo um irmão precisando de um pedaço de pão,
Calo diante da injustiça dos homens que não fazem justiça,
Calo vendo jogada fora uma refeição.
Calo porque na terra o que vale é posição,
Porque nada sou para os homens que têm o poder na mão.
E vivendo calado,
Vou calando o que não consigo entender,
Procurando saber o porquê de:
Tanta guerra, tanta fome,
Tanto homem a matar e a morrer,
Pela força da ignorância, pela ambição ou pelo poder.
Calo para todos, o que a maior parte do tudo queria ouvir,
Calo para o mundo o que grito dentro de mim,
Que tudo está errado,
Que eu vivo certo,
No erro sendo explorado.
Calo diante de tudo isso que não posso falar,
E calado, vou tentando saber o porquê de não poder desabafar o que eu vivo a calar.
Calo e pergunto a mim mesmo, não seria melhor gritar?
Poema do livro: O Mundo, a Vida e a Verdade.( Josibias Silva )
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