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A explosão da caldeira da Usina Catende - por Eduardo Menezes

 


O dia 08 de junho de 1948 ficou marcado na memória dos catendenses, daquele ano, por um triste episódio, talvez o mais triste já acontecido no município de Catende com repercussão em todo o Estado de Pernambuco.

Eram aproximadamente 18 horas, a caldeira n° 3, de 20 toneladas, 10 metros de comprimento e 3 metros de diâmetro, explodiu tirando a vida de 11 operários e deixou mais de 30 feridos e famílias subitamente órfãs.

Na explosão, a caldeira foi arremessada, caindo na linha do trem. Suas bases e tudo em volta, ficaram sob escombros e cinzas, local onde os corpos já sem vida estavam amontoados. Os operários que estavam trabalhando na Usina, mesmo correndo risco de vida, logo cuidaram em apagar as chamas e remover os escombros e assim evitar uma tragédia ainda maior.

Na Policlínica Gouveia de Barros, os feridos receberam os primeiros socorros dos médicos Dr. João Mayrinck, Dr. Euclides Rocha e Dr. Wilmar Mayrinck, dos farmacêuticos José Lourenço Rodrigues e Sebastião Amaral, além dos enfermeiros e diversas pessoas que se dispuseram a ajudar.

Praticamente por toda a parte, principalmente nas imediações da usina ouviam-se os gritos de desespero das mães, esposas, filhos e demais parentes que desejavam saber notícias de seus entes queridos.

Alguns dos feridos chegaram a ser transferidos para o Hospital Regional dos Palmares, para Casa de Saúde São Marcos e Hospital do Centenário, no Recife, com o intuito de receberem atendimento mais adequado.

Na tarde do dia seguinte, precisamente às 14 horas, o sino da matriz, dolorosamente, começou a badalar. Uma multidão incalculável, formada por comerciantes, industriais, comerciários, operários do campo e da indústria e o povo em geral acompanharam os caixões que saíram da Policlínica e percorreram em silêncio pelas tristes ruas da cidade.

Com frequência, escutavam-se choros e gemidos de muitos dos presentes. Naquele dia, o comércio fechou suas portas, as repartições públicas e os clubes sociais, hastearam suas bandeiras a meio mastro em sinal de luto.


No cemitério, durante os sepultamentos, houve vários discursos emocionados, sofridos, representativos do choro de toda uma cidade, de toda uma região canavieira.

A diretoria da Usina Catende, diante de tanta dor e sofrimento, tomou todas as medidas necessárias, bem como prestou assistência às famílias das vítimas. Os festejos juninos, daquele ano, foram cancelados. Existiram, também, votos de pesar apresentados na Assembleia Legislativa de Pernambuco.

Este fato ainda é lembrado por muita gente na cidade de Catende.



Eduardo Menezes é escritor e historiador Catendense.



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