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O Rei e eu - por Valéria Barbalho

 


Desde o inicio deste 2012, consagrado como o ano do centenário de nascimento do nosso Rei do Baião, já aconteceram inúmeras homenagens. Mestre Lua, Seu Luiz, Gonzagão, Lula ou apenas Lua, são alguns dos cognomes de Luiz Gonzaga do Nascimento, nascido em Exu no dia 13 de dezembro de 1912.


Em fevereiro, o Brasil inteiro se encantou com o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, quando a Unidos da Tijuca, com o enredo ”O Dia em que toda a Realeza desembarcou na avenida para coroar o Rei Luiz do Sertão”, tornou-se a campeã do grupo especial do disputado espetáculo do carnaval carioca. No Recife, o nosso Galo da Madrugada, com o tema “Galo, Frevo e Folião: Homenagem ao Rei do Baião”, em pleno sábado de Zé Pereira, arrastou uma multidão frevando pelas ruas do centro da cidade. Na Capital do Forró, o “Maior São João do Mundo” homenageou o responsável pela divulgação da Feira de Caruaru, através da música de Onildo Almeida. O pátio do forró, que leva o nome de Luiz, lotou de gente forrozando para reverenciá-lo. Alias, em todas as cidades onde se brinca esse festejo, Gonzaga reinou.


Artistas de diferentes gerações, gêneros e estilos musicais prestaram tributos ao pai de Gonzaguinha. Shows, CDs, DVDs, programas especiais em rádios e TVs, edições extra de jornais e revistas, além de livros sobre ele foram lançados. Exibições de obas de arte, tendo Gonzagão como tema, feitas por diversos artistas plásticos, ocorreram. Em Caruaru, no mês de junho, a exposição “Baixio dos Doidos” fez uma releitura do universo gonzagueano. O excelente filme do cineasta Breno Silveira, “Gonzaga: de Pai Para Filho”, é sucesso. Tomara que represente o Brasil no Oscar e ganhe a estatueta de melhor filme estrangeiro. Em Brasília, a Ordem do Mérito Cultural, a maior condecoração outorgada pelo Governo Federal, homenageou o Rei e a Universidade Federal Rural de Pernambuco concedeu o título de Doutor Honoris Causa ao Mestre Lua. Eventos, promovidos por diversas entidades, de norte a sul do País, foram realizados: procissão de sanfoneiros, no Piauí; os Correios lançaram um selo comemorativo para a data; escolas orientaram seus alunos a pesquisarem sobre o legado de Luiz; entre tantos outros acontecimentos.


Diante de tudo isso, brincando, pensei: nossa, só falta eu homenageá-lo! Afinal, como filha de um dos seus parceiros, fui uma privilegiada: muito pequena e buliçosa, “tocava” na famosa sanfona branca do Rei, enquanto ele visitava o meu pai, em nossa casa, no País de Caruaru. Seu Luiz achava graça na minha trela. Daí, para saudá-lo, resolvi narrar uma estória que ele contou a Seu Nelson. O causo aconteceu em uma cidade do interior, na época em que o Xêro da Karolina (com K), era sucesso. Durante um show, quando iniciava o xote, Lula foi interrompido pelo Delegado que quis proibi-lo de cantar tal música. Disse que Carolina era o nome de sua senhora e ele não admitia safadeza com o nome dela (a música era considerada indecente, pois Gonzaga gemia quando a cantava, embevecido com o xêro do cangote da moça). O Rei tentou argumentar: “mas Dotô, essa música eu tenho que cantar, o povo quer!” Aí, o sujeito ordenou: “então, mude o nome da mulher pra Minervina” No palco, Luiz, observando a plateia, deu os primeiros acordes. Na primeira fila, a otoridade, ao lado da esposa, encarava o sanfoneiro. Gonzaga, que não era besta, soltou a voz, acompanhado pelo auditório vibrando: Minervina foi pro samba, Minervina/ Pra dançar o xenhenhém, Minervina / Todo mundo é caidinho, Minervina / Pelo cheiro que ela tem / Minervina, huum, huum, huum (...) A incelênça deu uma gaitada, e, satisfeito, no final da apresentação convidou o cantador para jantar. Esperto, Luiz agradeceu, alegando que precisava viajar. Na verdade, ele queria se livrar daquele fuzuê: Minervina era casada com o pior inimigo do marido de Carolina, um Coroné, brabo que nem um siri na lata.


O Rei e eu, saudade até que assim é bom.

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