O mês de fevereiro do ano de 2023, foi de fato fatídico para mais de quatro dezenas de pessoas que foram mortas no litoral norte de São Paulo, além de outras tantas desaparecidas, feridas, inclusive uma enorme monta de desalojados e também de desabrigados. A realidade é que tais incidentes ultimamente têm sido recorrentes em nosso país. Árabes e judeus sofrem com a persistente guerra, a África, com a severa fome, japoneses, com terremotos, e nós aqui no Brasil, com as rigorosas e terríveis chuvas, inundações e consequentes deslizamentos de terra.
Perante o caótico cenário, notamos facilmente o quanto somos frágeis. No livro sagrado dos cristãos, está registrado que o ser humano é oriundo do barro, e foi exatamente o mesmo barro úmido que escorrendo pelas encostas, cobriu as moradias e estabelecimentos, vitimando milhares de indivíduos, ou seja, barro sobre barros.
Uma questão que ressoa é: quem é o verdadeiro culpado por tanta desolação? A quem imputar a culpa? À natureza com sua incomum precipitação pluviométrica? Às autoridades do país atingido? Ou então aos próprios atingidos?
Poderíamos isentar de qualquer eventual dolo os fenômenos meteorológicos, por serem inanimados, irracionais e por seguirem o seu curso naturalmente. Poderíamos igualmente não responsabilizar os governantes, pelo fato de não possuírem o controle do crescimento vertiginoso populacional. Brasília é um exemplo disso, a capital federal é um estado que foi planejado, mas que pela dinâmica do crescimento desordenado, fez nascer em seu seio comunidades, favelas e guetos. Além disso, a defesa civil possui um sistema de alerta e alarme, por meio de “SMS” e também de sirene, que são acionados bem antes das catástrofes. Por fim, os próprios atingidos, não possuem culpa alguma, pois pela falta de recursos financeiros, procuram os lugares mais afastados dos grandes centros, as periferias, para então residirem.
Mesmo se tentarmos achar e não encontrarmos um potencial culpado, a ajuda não deve faltar. Solidariedade, caridade e empatia são nobres qualidades da personalidade humana, que devem emergir nesses tão delicados momentos. Sintamos conjuntamente a dor da perda dos entes queridos. Que os Governos continuem se mobilizando e auxiliando os que foram alvos da intempérie, e que os mais atingidos recomecem suas vidas do zero, agradecendo a Deus por haver escapado de tão séria tribulação. Se águias embora maduras se revigoram, e o sol sempre volta a nascer no horizonte, mesmo após um temporal, temos, portanto, argumentos para afirmar que igualmente podemos renascer.
Autor:
Charles Luciano Gomes da Silva reside na cidade de Catende/PE. É Bacharel em Teologia, Capelão, Escritor, Contista, Aldravianista, Poeta e Compositor Musical, autor de cerca de 150 composições inéditas e de 30 livros. Tem participado de diversos concursos literários, sendo inclusive premiado, e suas poesias e textos fazem parte de diversas antologias e revistas espalhadas pelo Brasil afora.
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