Há 96 anos, na tarde do dia 23 de junho de 1927, entrava em circulação o mais importante jornal da história catendense, com oito páginas e ideais emancipacionistas, fundado por Manoel Martins Júnior.
“Foi um acontecimento notável, quando apareceu, a primeira edição do Correio de Catende. Foi um reboliço geral na Vila, todos queriam ler as notícias que o jornal trazia, comentavam em todas as partes, pelos bares, nos botequins, em casa e nas barbearias” – Gilvandro Portela Chagas, em artigo do “Correio de Catende” em 23 de junho de 1952.
Sua redação funcionava na Praça de Santana, n.º 8. Tendo, como Diretor-Proprietário, seu fundador Manuel Martins Júnior; Secretário, Alderíco Portela; Gerente, Álvaro do Rego Barros; Redatores, José Soares da Silva e Clóvis Carvalho.
Seguiu com sua publicação regular, com quatro páginas, sendo uma de propagandas comerciais.
Teve diversos colaboradores, não só locais, como, também, de fora do Município, dentre eles Sebastião Bacalhao, que usava o pseudônimo Petrônio, Heloísa Chagas, Gil Duarte, José Antônio da Silva, Décio França, Batista de Oliveira, José Américo Leite, Pe. Nestor de Alencar, José de Luna, “Gêpê”, Murilo Buarque, Barão de “Cana Brava”, Agripino da Silva, Eldio Azil, Leda d’Ortiz, João Costa, “João do Correio”, pseudônimo do Redator Clóvis Carvalho, que também usava Kelly, João Vieira, Otávio Vila Nova, Aristides Carneiro.
Em 19 de setembro de 1928, numa edição especial com seis páginas, dedicada à emancipação política de Catende, com divulgação da Lei específica, histórico do novo Município e a chapa dos indicados à eleição. Em outra edição de seis páginas, em 15 de novembro do mesmo ano, informava a posse do primeiro Prefeito, João da Costa Azevedo, do Sub-Prefeito e dos Conselheiros Municipais, tendo, na página principal, um discurso do Governador Estácio Coimbra.
Novos colaboradores foram surgindo, entre eles, Álvaro Costa, “Arno Roiz”, Arnulfo Rodrigues, Aristóteles Soares, De Filgueiras, Normando Filgueiras e Virgínio da Fonseca.
Em maio de 1930, sua tipografia, foi transferida para a Rua Bela Aurora, n.º 15. Também ocorreu a primeira alteração no corpo redacional, com a saída de José Soares e as entradas de Sebastião Bacalhao e Luiz Duca Neto. Em 1931, entraram, como colaboradores, Osmário Teles, J. Matuto, J. Noronha, João Nunes, Adauto Barreto e Nelson Alcântara; em outubro, veio a reduzir-se a equipe redacional, com a saída de Luiz Duca Neto.
Em dezembro de 1932, após a realização do I Congresso de Jornalismo do Interior, em Garanhuns, o semanário passou a exibir, no seu cabeçalho, a partir de 15 de janeiro de 1933: “Filiado à Associação de Imprensa do Interior de Pernambuco”.
Em 8 de setembro de 1934, ficou Diretor-proprietário Manuel Martins Júnior, auxiliado por um único Redator, Clóvis Carvalho. Pouco tempo depois, com a edição 21, do Ano IX, em 24 de novembro de 1935, ficou suspenso o Correio de Catende, devido ao afastamento do seu fundador Manoel Martins Júnior, do Município.
Quase três anos durou a ausência do “Correio de Catende”, para reaparecer em 31 de julho de 1938, n.º 1, ano XI, quinzenário, sob a orientação do Pe. Tarcísio Falcão, com o corpo redacional assim constituído: José Soares da Silva, Pedro Afonso de Medeiros, Álvaro Lins, Alaíde Ramos e Deolinda Lucena. Tornando-se “Órgão Lítero-Noticioso, do Centro de Escoteiro da Usina Catende S.A”.
Em 28 de janeiro de 1940, o Pe. Tarcísio Falcão entregou a direção a José Soares da Silva. Tendo, como Redatores, Wilmar Mayrinck Monteiro de Andrade, Demóstenes Soares, Gasparino da Mata e Pelópidas Soares; colaboradores, Aristóteles Soares, Guerra de Holanda, Mário Souto Maior, Eulina e Eunice Lopes, Souza Leão Neto, Rui Jordão, Agnelo Banach, Jaques Gonçalves, Josimar Moreira de Melo, José de Souza, Luiz Laporte, Jether Peixoto e Nestor de Holanda, entre outros.
Tornando-se, então, mais acessível, tendo em vista redução do preço das assinaturas. O “Correio de Catende” transformou-se em semanário em 18 de março de 1945, voltando a ser quinzenal em 23 de dezembro do mesmo ano. Sempre dedicado aos interesses do Município, mantinha-se independente em relação à Política. Tanto que, durante a eleição de 1945, foi contra Getúlio Vargas, promovendo a propaganda da candidatura do Brigadeiro Eduardo Gomes à Presidência da República.
Em 1946, divulgou uma série de artigos, o estudo intitulado “Nosso País e nosso tempo”, de autoria de Alde Feijó Sampaio. Em 24 de outubro de 1948, assumiu a função de Redator-Chefe, Pelópidas Soares da Silva.
Em comemoração as suas Bodas de Prata, a edição de 23 de junho de 1952, veio com dez páginas, homenageando o seu fundador. Houve nova alteração no corpo redacional: Secretário, Edgar Brito de Almeida, que usava o pseudônimo Allan Joyce; Redatores, Jaime de Albuquerque, Wilmar Mayrink, Amaro Soares e Laurita Marques de Carvalho; Gerente, Vicente Ramos. Outra edição comemorativa aconteceu no dia 11 de setembro de 1953, em referência ao 25.º aniversário da emancipação de Catende.
O “Correio de Catende” ficou em circulação até o ano de 1958.
Por: Eduardo Menezes
Escritor catendense.
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