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Setembro Amarelo: Depressão cresce 11% no Brasil

 De acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho, o número de suicídios no Brasil cresceu 11,8% em 2022, na comparação com 2021. Em 2022, foram 16.262 registros, uma média de 44 por dia. Já em 2021, foram 14.475. A depressão é uma doença séria, que se tornou ainda mais presente na sociedade ao longo da pandemia. Por isso, falar sobre Setembro Amarelo é tão importante. Criada pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), a campanha é realizada desde 2005 e tem como principal função alertar sobre os sinais e perigos da depressão.


O tema está em destaque em diversos âmbitos. Em recente reunião do grupo de trabalho da Câmara dos Deputados destinado ao estudo sobre o aumento de suicídio, automutilação e problemas psicológicos entre os jovens brasileiros, esses números, que já são graves, se tornam ainda piores quando levamos em conta que para cada morte são contabilizadas cerca de 20 tentativas.


José Luis Leal de Oliveira, psiquiatra da Kora Saúde, uma das maiores redes hospitalares do país, e integrante da diretoria da APES (associação psiquiátrica do ES) fala a seguir sobre as principais causas, sintomas, sinais de atenção e tratamentos da depressão.


Como pode ser definida a depressão?


A característica central é a diminuição da energia que precisamos para o funcionamento físico e mental. Quando há essa redução, ou seja, a depressão do humor, é possível haver um episódio depressivo.


Quais são os principais sintomas?


Desânimo, dificuldade para se alegrar ou sentir prazer, mal humor, irritabilidade, sentimento de vazio, desmotivação, isolamento social, insônia ou sonolência excessiva, pensamentos negativos ou preocupação excessiva, isolamento social, abandono das atividades prazerosas.


Além disso, choro fácil ou dificuldade para controlar emoções, aumento ou diminuição do apetite, angústia e ansiedade, quando presentes há no mínimo duas semanas, são alguns dos sintomas mais evidentes em um episódio depressivo.


Quais são os tipos de depressão e suas características?


Há desde os tipos que cursam com mais tristeza e lentificação até outros com inquietação e sintomas ansiosos. Mas, há também a depressão unipolar e a bipolar, esta última cursando com episódios de aceleração mais ou menos intensa e flutuação entre sintomas depressivos e de aceleração ou elevação do humor.


Há níveis de depressão?


Sim. Há níveis leve, moderado e grave. Nos quadros com maior severidade fica mais evidente a intensidade dos sintomas e prejuízos no funcionamento global, prejudicando desde a vida social, afetiva até a vida profissional e financeira.


Quais são as principais causas?


São múltiplos os fatores causais, desde predisposição genética a estressores ambientais, como traumas, negligências ao autocuidado, insatisfação pessoal dentre vários.


Sempre diante de uma pessoa com depressão ou outras doenças psiquiátricas devemos descartar causas físicas, em geral fazendo um minucioso exame médico geral.


Há algum grupo mais propenso a desenvolver a depressão?


Todos estamos cada vez mais suscetíveis a desenvolver depressão, provavelmente em razão da dificuldade em manejo e reparação do estresse. A faixa etária de maior risco para um primeiro episódio é entre 20 e 30 anos, mas pode ocorrer em qualquer idade Cada vez temos menos tempo para cuidarmos de nós mesmos, e nutrir relações afetivas sadias.


Além disso, pessoas com baixa autoestima, elevada autoexigência e com pensamentos pessimistas, que abusam de álcool e outras substâncias, sedentários, nutrição inadequada e qualidade do sono ruim apresentam risco mais elevado. Assim como quem vivenciou traumas, abusos ou problemas financeiros e quem tem histórico familiar de depressão e bipolaridade.


Histórico de outras doenças crônicas, tanto psiquiátricas quanto clínicas aumentam a chance de desenvolver um primeiro episódio depressivo.


A depressão tem cura?


Sim, há uma parcela da população que pode se curar, mas infelizmente não é a maioria. Cerca de 35% das pessoas têm chance de se curar com um tratamento simples, mas atualmente avançamos muito no entendimento e enfrentamento das depressões resistentes a tratamento. E estamos conseguindo atingir cada vez mais resposta para pacientes que até a pouco tempo não conseguiam melhorar.


Quais são os tratamentos?


Medicamentos e psicoterapia, além de mudanças no estilo de vida. Aos quadros resistentes temos aprovação no Brasil para uso da escetamina intranasal, estimulação magnética transcraniana, eletroconvulsoterapia e estimulação do nervo vago. Além disso, o apoio da família, escutando, apoiando e conversando francamente sobre os sentimentos, ajuda muito.


Quais hábitos de vida auxiliam no tratamento?


Esse ponto é fundamental para os tratamentos. Mudar o estilo de vida é muito importante para todos. É preciso combater o sedentarismo, desenvolver a alimentação saudável, dormir com qualidade, evitar uso de álcool, tabaco e drogas, manejar o estresse e nutrir relacionamentos afetivos saudáveis.

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