O luto é um processo delicado e complexo que ocorre após a perda de algo ou alguém especial. Seja pessoas, cargos ou circunstâncias, esse momento é marcado pela dor de uma ausência significativa. Embora cada um viva esse período de maneira única, há alguns estágios comuns. Segundo um estudo da psiquiatra suíça Elisabeth Kübler-Ross, existem cinco fases nas quais os indivíduos podem passar.
De acordo com a psicóloga e professora do curso de Psicologia da Uninassau Rio de Janeiro, Denise Rodrigues,, a primeira fase é a negação. Ela consiste em uma forte tendência em negar explicita ou implicitamente a perda. Nesse momento, é comum que não haja êxito ao tentar se desfazer de tudo que tenha ligação com o falecido ou a situação, como os pertences do finado ou o crachá do antigo emprego. Além disso, constantemente, a pessoa pensa em um suposto retorno.
A segunda é a raiva, na qual pode-se experimentar uma intensa indignação pelo sentimento de “abandono” e/ou uma forte irritação, que será descontada em outro alguém devido ao sentimento de saudade. A negociação é o terceiro momento. Nele, o indivíduo busca negociar consigo mesmo algumas formas de se livrar da dor da ausência, caracterizando a imaginação de novos rumos e maneiras de superar o sofrimento.
Já na fase da depressão, há a conscientização da enorme tristeza pela qual está passando. Esse momento é marcado por sentimentos de desesperança, vazio, melancolia e profundo abatimento. A última é a aceitação, estágio no qual as circunstâncias do ocorrido passam a ser aceitáveis, embora exista a possibilidade da dor continuar existindo. Ela não significa necessariamente a superação completa do luto, mas o reconhecimento da perda e a busca por maneiras de seguir adiante com a vida.
Segundo Denise, a ordem pode variar. “Eu, particularmente, não acredito em fases fixas. Já vi as pessoas passarem por elas em ordens distintas. Cada uma também tem um tempo de duração específico. Isso depende muito do indivíduo”, afirma a psicóloga.
Ainda existe a possibilidade de estagnação em algum estágio, podendo levar ao desenvolvimento de um estado depressivo prolongado devido à incapacidade de superar a tristeza. “Neste momento, a psicoterapia se torna importante, pois a psicóloga saberá como conduzir o tratamento de maneira que a pessoa passe para outra fase, rumo à aceitação”, ressalta Denise.
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