Com a
recente proibição da utilização de celulares nas escolas, surge um novo
desafio: ajudar os alunos a lidarem emocionalmente com essa ausência. O uso
excessivo desses dispositivos tem sido cada vez mais discutido, especialmente
entre os jovens, que podem demonstrar sinais de dependência tecnológica. O
relatório Digital 2023: Global Overview Report revelou o Brasil ocupando a
segunda posição mundial no uso de telas. Os brasileiros dedicam, em média, 9
horas diárias.
A
ausência do celular nas instituições de ensino pode gerar sentimentos de
ansiedade. Joana Maia, psicóloga escolar e professora do curso de Psicologia da
UNINASSAU Rio de Janeiro, ressalta que também há a possibilidade de a sensação
de incompreensão existir. “Além desses sintomas ao ficar sem o aparelho, há a
questão da raiva ou dos alunos se sentirem injustiçados, caso entendam a
proibição como a perda de um direito. Por isso, ao lado dessa decisão, é
fundamental a escola realizar, junto aos jovens, um trabalho de educação
digital para o uso consciente dos dispositivos”, afirma.
A equipe
escolar também deve estar atenta a sinais de sofrimento emocional, como
angústia excessiva ou reações exacerbadas à falta do aparelho. Em casos assim,
o acompanhamento psicológico pode ser fundamental para ajudar o aluno a se
adaptar. Portanto, tanto o ambiente de aprendizado quanto as famílias têm um
papel crucial nesse processo.
Entretanto,
a proibição também traz oportunidades. “A retirada dos celulares nas
instituições de ensino tem o efeito positivo de convidar os jovens a retomarem
a socialização no olho a olho e o livre brincar, fundamentais para o
desenvolvimento socioemocional. Além disso, se o trabalho de educação digital é
realizado em conjunto, a escola pode contribuir para que os estudantes efetuem
um uso autônomo e saudável das telas”, comenta a psicóloga.
Promover
atividades que incentivem o contato presencial e o diálogo em casa pode ajudar
na transição, contribuindo para uma geração mais equilibrada e menos dependente
das telas.
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