A maternidade e o empreendedorismo são dois desafios que exigem resiliência, planejamento e capacidade de adaptação. No entanto, ao contrário do que muitos imaginam, um não precisa anular o outro. Aline Marques, vice-presidente do Grupo Acelerador e CEO do Giants, acredita que conciliar esses papéis não significa buscar equilíbrio absoluto, mas sim encontrar o “desequilíbrio funcional”, adaptando-se às demandas de cada momento da vida.
Para Aline, a chegada do primeiro filho foi um divisor de águas tanto na vida pessoal quanto na forma como lidera. “Desde que descobri que estava grávida, passei a viver um jogo dinâmico entre cumprir meus papéis na empresa, como mulher e esposa, e me preparar para a maternidade. Aprendi que não se trata de fazer tudo, mas sim o que é possível naquele momento. O segredo tem sido priorizar o que realmente importa e confiar ainda mais na equipe para delegar com estratégia”, explica.
A experiência da maternidade também trouxe mudanças na forma como enxerga a cultura empresarial e a necessidade de apoio às mulheres que enfrentam o mesmo desafio. Ao vivenciar as dificuldades de equilibrar carreira e família, Aline passou a ter um olhar mais empático sobre as empresárias e líderes que assessora no Grupo Acelerador.
“Sei que muitas mulheres passam pelos mesmos dilemas e isso me motivou a fortalecer a cultura de apoio dentro da nossa empresa e com os clientes. A maternidade ampliou meu senso de empatia e me tornou uma líder ainda mais consciente da importância de criar um ambiente onde as mulheres possam crescer sem precisar escolher entre carreira e família”, pontua.
Maternidade como ferramenta de liderança
Os desafios da jornada materna não se limitam à organização da rotina, mas impactam também a mentalidade da líder. Aline destaca que a maternidade reforçou sua capacidade de tomada de decisão sob pressão, resiliência e gestão do tempo. “Aprendi que ser forte não significa carregar tudo sozinha. O suporte da minha família, equipe e da nossa comunidade de empresários foi essencial. Além disso, sempre acreditei na importância de processos bem estruturados. Quando a empresa tem uma gestão eficiente, ela continua crescendo mesmo quando o empresário precisa reduzir o ritmo para focar na família”, comenta.
Nas mentorias e consultorias que realiza, Aline percebe que muitos empresários enfrentam desafios semelhantes. O impacto da sobrecarga, a dificuldade em gerenciar demandas pessoais e profissionais e até o impacto no casamento são temas recorrentes. “Já vi empresários resgatarem seus casamentos ao aprenderem a lidar melhor com o estresse e as demandas familiares. A liderança não está apenas nos negócios, mas em como conduzimos nossa vida como um todo”, destaca.
Empresas e o apoio à liderança feminina
Nos últimos anos, o mercado tem avançado em iniciativas para apoiar mulheres que conciliam carreira e maternidade, mas Aline ressalta que ainda há um longo caminho a percorrer. “Muitas empresas já começaram a adotar políticas mais flexíveis, mas a cultura empresarial ainda precisa evoluir para entender que maternidade e produtividade não são opostos. O que vejo como essencial é um ambiente que permita uma conciliação real, sem penalizar mulheres por serem mães”, afirma.
No Grupo Acelerador e no Giants, a liderança feminina é estimulada sem que as mulheres precisem abrir mão de sua vida pessoal. “Quando uma mãe é apoiada, ela traz toda a sua força e dedicação para aquilo que faz. Espero que mais empresas sigam esse caminho, porque quando criamos ambientes de crescimento para mulheres, impactamos diretamente a forma como elas lideram e transformam seus negócios”, conclui.
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