Tenho viajado no trem do tempo margeando rios, acompanhando o barquinho de papel colocado no riacho da minha infância. Às vezes abro os olhos do meu coração, e me vejo deitado no teu colo no banco da praça da Matriz, onde alimentávamos nosso doce amor com o néctar tirado das flores, assim como faz o beija-flor com as orquídeas. Sabe, ainda acho que você está lá esperando por mim. Quanto mais minha viagem se aproxima do mar não consigo sair daquele Rio que em finais de tarde na areia construímos nossos castelos, e depois deitávamos para esperar a lua chegar. Sigo minha viagem em lua de mel com as lembranças desse infinito amor que cuida de carregar nossas histórias em malas bem guardadas dos nossos tempos partidos. Por todo esse tempo, venho me perguntando: onde está o velho padre que via nos nossos beijos a beleza de um divino amor? E a nossa professora de português? Que não se cansava de recitar poemas shakespearianos, depois olhava para nós dois e dizia: que o amor s...